sábado, 22 de outubro de 2011

Balada para Helena

Helena é a certeza que a beleza existe
Helena é um certo dom que ainda em mim insiste
Por sempre ter no rosto, riso diferente
Lhe imagino o gosto e a morenez ardente
Por vê-la tantas vezes na noite da cidade
Me admirei por ela com sinceridade
À imagem dela em mente sempre me agarro
Que eu a via ao longe com o seu cigarro
Por vezes nessa vida me deparei com Helena
Ver na vida real a artista de cinema
O mundo fica quieto se ela se aproxima
A cena mais bonita do meu filme é essa menina
De certo que é a rara peça de toda arte
No seu olhar carrega o seu estandarte
Quando lhe perco a vista me invade grande pena
Daria o mundo inteiro pra conhecer Helena.

Ventura
09/06/2010

domingo, 9 de outubro de 2011

O brilho do mundo
da gente do mundo...
As coisas que falham
o mundo novo
novos problemas..
Deus, me salve de mim...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Flores Insensatas

Única, intacta e intraduzível
Um poema loiro de cabelo incrível
eu tentava ser um cara agradável
Só o que eu temia era ser razoável
Mas ela me olhou e aquilo foi incrível
Única, intacta e intraduzível

Percorri meu olho pela tatuagem
Se fechava o outro vinha tua imagem
Vendo teu sorriso na fotografia
Flores insensatas pra alegrar teu dia
Às vezes eu te julgo sonho impossível
Única intacta e intraduzível

O resto é silêncio de uma boca só
O mundo para quando fica ao teu redor
Os olhos de ressaca e a boca imperdível
Única, intacta e intraduzível.

(Sander Ventura)

terça-feira, 21 de junho de 2011

O signo

Refletindo no que gosto dela.
Ela é livre de espírito,
ela é livre de tristeza
Escrava do próprio sorriso

Ela é do signo que só ela tem.

dela.

O animal atingido
que chora de uma dor perene...
O suave respirar da boca dela...

terça-feira, 31 de maio de 2011

Urbano-bucolismo desvairado. Cena 1

Escuro
duro-escuro-labirinto
faminto.

Sobre dores quaisquer...

Dói pois a dor é cena de filme
é verdadeira, e falsa, e cinética
Dói, que a dor assim quando viu-me
Tornou-se estática, leviana, hipotética.

Dói, ve-se que o tempo tanto lhe causa quanto lhe cura
Mas se tanto doer, -Deus Meus!- temo doer de loucura

Dói, não sei que dói, por dor a dois.
Dói, como flor de outono
Como metáfora mal feita
Como paixão por mim desfeita.

Dói, mas que por dores eu doesse, ai de mim.
Que seja a dor, então que seja, o nascimento do amor
A profecia do meu fim.

Reflecto-inspeção

Tenho tido a impressão do completo abandono da poesia.
Faz tempo que não escrevo...as coisas andam tão amenas.
Ao menos, me contento com as novas possibilidades, e,
é bem fato que o ser humano vive em função delas...

Um novo futuro,
um grande sucesso
até mesmo um eterno amor quem sabe.

Sonhos realizam-se quando estamos o mais acordados possíveis.
Passionais (em função deles)...

Quem se importa, isso é só uma reflexão imparcial
de um cara completamente abandonado pela poesia.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os desejos reprimidos
Os versos atirados
Os sonetos evasivos
Os poemas tão moldados...

Dela, o corpo, é infinito
Meu, o dorso, se arrepia
Ela, um copo de bom vinho
Eu, um mar de água fria.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pra ela...

Me vem à cabeça, logo esta hora do avançar na madrugada o sorriso de uma mulher...
me invadem a sua destreza e beleza e a pequenitude agigantada por seu brilho.
Ela me invade a emoção minha, que é mais leiga.
Num arrepio, ela tão íntima, e a voz mais do que meiga...

E vi, que diz meu nome num diminutivo,
de um jeito tão ardil e tão altivo,
numa emoção desreprimida de atuação.

Mas nem me importa...Nem a porta do céu dela, nem por onde irei andar.
O que direi, no epitáfio de meus verso..
É que lhe quero com desejo de universo..
Que atrai estrela pro vestir de teu andar.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vejamos,
são cinco da manhã...
eu, acordado e tenso, penso.

"Todas as coisas são impossíveis."

penso no que me tem acontecido nesses últimos meses...
de como a vida mudou..
e de como a vida continua a mesma coisa...
tudo bem, com certos males.

tudo mal, e com, ainda, certos bens.

Uma pessoa interessante me veio dizer...
que eu me esvaía nesse sentido.

Mas, veja pessoa...
me perdi por muito pouco.
Se me encontro...
É na madrugada.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sobre um instante.

O tempo parou.

E as injustiças do mundo
e as guerras...
os mistérios, todos, do universo, foram revelados.

Eu, um tecedor de palavras, as perdi.
de minha boca, nada se ouvia, quando o tempo parou.

Se eu pudesse guardar,
em foto, em fatos, em memória aquele tempo em que o momento parou...
se eu pudesse viver eternamente, nem que fosse apenas a possibilidade
daquele momento, juro, viveria.

O tempo parou, no sorriso dela.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Lembro...
Gosto e gestos teus, tão delirantes.
e gasto todo meu tempo na sutil lembrança."

Noite clara de céu derradeiro,
eu andava, descalço no terreiro.
minha moça sentada na rede já surrada.
Minha moça, minha já primeira amada.
Antigos poemas, seus e meus.

Quintana, era meu preferido...por sua pureza, em parte
em outra, por seu pensamento maquinal de emoção.
a moça gostava de lances estrangeiros, Wilde, Dylan, Blake...
Lhe dava perdão a esta falsa intelectualidade.

Nossa roça interior não nos permitia tamanha ousadia literária.
Ora, vejamos, esta moça.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eloísa

Criei-me dentro de um cérebro explosivo
automático, auto-destrutivo.
vejo em minha gênese então,
a primeira e derradeira fagulha da emoção contida
e posteriormente, descontada.
Ó, não seja tão inconstante Eloísa.
Pense mais, e sorria menos, e minta menos, e fale menos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Re(parto).

Com ela eu repartia a casa
Repartia a cama
Repartia o amor e uma maçã
Com ela eu repartia um livro
Repartia dores
Repartia o orgasmo e o afã
Com ela eu repartia as contas
Repartia um prato
Repartia até ilusões
Com ela eu repartia um doce
O último cigarro.
Repartia minhas canções

Com ela eu repartia o verbo amar
Com ela eu repartia o vocativo “amor!”
Com ela eu repartia o “sim!”, no altar
Com ela eu repartia o lugar pra onde for

E ela me deixou partido, quando simplesmente partiu
O parto morto, filho sem sentido
Visto o terno preto do meu luto
Descrevo minha luta
Num papel que ela nunca viu.
Me sinto...

O poema de 10 anos.

Fala, grita, pede à vontade
Chora, fere, grita à vontade
Entra, senta, fica à vontade
Beija, ama, mata a vontade
Antes que a saudade me mate

Entra, fica, beija à vontade
Fala, ama, chora à vontade
Pede, grita, senta à vontade
Fere e mata, mata a saudade
Antes que a vontade me mate

Beija, anda, faz meu desejo
Cala, fala, como um solfejo
Jura, sela teu juramento
Acredita que esse momento
Vai valer, eterno, no tempo

E o tempo é quem dirá por nós
E o tempo revela teus segredos
E os medos
E o tempo manchará tua pele
Aquela, que de todas difere

E lembro um poema que fiz
A poucos dez anos atrás
Dizia: “Um dia eu volto pra cá meu poema
E até nunca mais.”


Letra da minha música nova!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A maldade da poesia.

Tantas pessoas ricas,
no Leblon, numa mansão, na Disney...
outros catam lixo, e o vendem e se reciclam em sua miséria.
e tantas mulheres lindas, de olhos lindos, e vozes lindas.
Outras doentes, dormentes, depressivas. Por que?
Acesso à internet. Acesso ao Lago, lancha própria, carro próprio, voz própria.
E logo ali, feijão e farinha.
Champagne, Jack Daniels, Empório, Hype, Sedna, Jurerê Internacional.
Veja lá! Nem água potável, nem sorrisos falsos, nem os francos, nem os inexistentes.
Por que tratar o esgoto? Se a vida é um esgoto.
Silicone, lipoescultura, Botox...
Aids, diabetes, morte.
O mal do mundo, o bem do mundo.
A diversidade.
Sabe, deixo de descrever, e falo em pessoa, de imediato
acordei hoje, com um enorme falso moralismo. Isso não é mentira.
Este poeta, amigos, isso é verdade, e não lhes omito.
Vivo de imagem.
outros, à margem.
é a injustiça do mundo. É a doença silenciosa. É o pecado do planeta.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

quebra;

Neste pé de amora, lembro-me de parar várias vezes.
Detinha-me a sacrificar a vida frágil das negras belezas.
não paro mais no supracitado vegetal.
há uma janela.

E este vão de visão me ataca os nervos
até os mais secretos.

durmo e acordo.
hoje algo estranho.
Mas deixa pra depois.

Estranheza

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Esssa formigas tramam alguma coisa, estáticas.
formigas são insetos andantes, sabe? Incertos de onde ir
parecem que conversam, manipulam, telépáticas.
Tocaia de formiga, ali, tão justo ali.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

2

Lembro-me que a dois anos chorei muito.
Não, não chorei muito.
Chorei por uma morte, por duas ou três crises esquizofrênicas.
Por duas ou três bebedeiras. Sim, muito, chorei.
Esses anos, dois. Passaram como que com a finalidade de que eu esquecesse o gosto das lágrimas caídas, engolidas.
Lembro-me diariamente da promessa de mudança de tempos atrás, de dois anos atrás.
Uma vez, a dois anos atrás, pensei em me matar.
A dois anos atrás, a promessa da mudança interior começou a se concretizar em mim.
Mas isso já está ficando "Paulo Coelho" demais.
a dois anos atrás, eu morri.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A respeito de um sorriso.

Gosto de um sorriso...
e sinto o gosto dele.
e o vejo e revejo.
com seu adorno sobre ele.
uma pintinha, um sinalzinho de beleza
que mora em cima do sorriso.
que inveja tenho daquele pequeno pontinho.