segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A maldade da poesia.

Tantas pessoas ricas,
no Leblon, numa mansão, na Disney...
outros catam lixo, e o vendem e se reciclam em sua miséria.
e tantas mulheres lindas, de olhos lindos, e vozes lindas.
Outras doentes, dormentes, depressivas. Por que?
Acesso à internet. Acesso ao Lago, lancha própria, carro próprio, voz própria.
E logo ali, feijão e farinha.
Champagne, Jack Daniels, Empório, Hype, Sedna, Jurerê Internacional.
Veja lá! Nem água potável, nem sorrisos falsos, nem os francos, nem os inexistentes.
Por que tratar o esgoto? Se a vida é um esgoto.
Silicone, lipoescultura, Botox...
Aids, diabetes, morte.
O mal do mundo, o bem do mundo.
A diversidade.
Sabe, deixo de descrever, e falo em pessoa, de imediato
acordei hoje, com um enorme falso moralismo. Isso não é mentira.
Este poeta, amigos, isso é verdade, e não lhes omito.
Vivo de imagem.
outros, à margem.
é a injustiça do mundo. É a doença silenciosa. É o pecado do planeta.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

quebra;

Neste pé de amora, lembro-me de parar várias vezes.
Detinha-me a sacrificar a vida frágil das negras belezas.
não paro mais no supracitado vegetal.
há uma janela.

E este vão de visão me ataca os nervos
até os mais secretos.

durmo e acordo.
hoje algo estranho.
Mas deixa pra depois.

Estranheza

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Esssa formigas tramam alguma coisa, estáticas.
formigas são insetos andantes, sabe? Incertos de onde ir
parecem que conversam, manipulam, telépáticas.
Tocaia de formiga, ali, tão justo ali.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

2

Lembro-me que a dois anos chorei muito.
Não, não chorei muito.
Chorei por uma morte, por duas ou três crises esquizofrênicas.
Por duas ou três bebedeiras. Sim, muito, chorei.
Esses anos, dois. Passaram como que com a finalidade de que eu esquecesse o gosto das lágrimas caídas, engolidas.
Lembro-me diariamente da promessa de mudança de tempos atrás, de dois anos atrás.
Uma vez, a dois anos atrás, pensei em me matar.
A dois anos atrás, a promessa da mudança interior começou a se concretizar em mim.
Mas isso já está ficando "Paulo Coelho" demais.
a dois anos atrás, eu morri.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A respeito de um sorriso.

Gosto de um sorriso...
e sinto o gosto dele.
e o vejo e revejo.
com seu adorno sobre ele.
uma pintinha, um sinalzinho de beleza
que mora em cima do sorriso.
que inveja tenho daquele pequeno pontinho.