segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vejamos,
são cinco da manhã...
eu, acordado e tenso, penso.

"Todas as coisas são impossíveis."

penso no que me tem acontecido nesses últimos meses...
de como a vida mudou..
e de como a vida continua a mesma coisa...
tudo bem, com certos males.

tudo mal, e com, ainda, certos bens.

Uma pessoa interessante me veio dizer...
que eu me esvaía nesse sentido.

Mas, veja pessoa...
me perdi por muito pouco.
Se me encontro...
É na madrugada.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sobre um instante.

O tempo parou.

E as injustiças do mundo
e as guerras...
os mistérios, todos, do universo, foram revelados.

Eu, um tecedor de palavras, as perdi.
de minha boca, nada se ouvia, quando o tempo parou.

Se eu pudesse guardar,
em foto, em fatos, em memória aquele tempo em que o momento parou...
se eu pudesse viver eternamente, nem que fosse apenas a possibilidade
daquele momento, juro, viveria.

O tempo parou, no sorriso dela.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Lembro...
Gosto e gestos teus, tão delirantes.
e gasto todo meu tempo na sutil lembrança."

Noite clara de céu derradeiro,
eu andava, descalço no terreiro.
minha moça sentada na rede já surrada.
Minha moça, minha já primeira amada.
Antigos poemas, seus e meus.

Quintana, era meu preferido...por sua pureza, em parte
em outra, por seu pensamento maquinal de emoção.
a moça gostava de lances estrangeiros, Wilde, Dylan, Blake...
Lhe dava perdão a esta falsa intelectualidade.

Nossa roça interior não nos permitia tamanha ousadia literária.
Ora, vejamos, esta moça.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Eloísa

Criei-me dentro de um cérebro explosivo
automático, auto-destrutivo.
vejo em minha gênese então,
a primeira e derradeira fagulha da emoção contida
e posteriormente, descontada.
Ó, não seja tão inconstante Eloísa.
Pense mais, e sorria menos, e minta menos, e fale menos.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Re(parto).

Com ela eu repartia a casa
Repartia a cama
Repartia o amor e uma maçã
Com ela eu repartia um livro
Repartia dores
Repartia o orgasmo e o afã
Com ela eu repartia as contas
Repartia um prato
Repartia até ilusões
Com ela eu repartia um doce
O último cigarro.
Repartia minhas canções

Com ela eu repartia o verbo amar
Com ela eu repartia o vocativo “amor!”
Com ela eu repartia o “sim!”, no altar
Com ela eu repartia o lugar pra onde for

E ela me deixou partido, quando simplesmente partiu
O parto morto, filho sem sentido
Visto o terno preto do meu luto
Descrevo minha luta
Num papel que ela nunca viu.
Me sinto...

O poema de 10 anos.

Fala, grita, pede à vontade
Chora, fere, grita à vontade
Entra, senta, fica à vontade
Beija, ama, mata a vontade
Antes que a saudade me mate

Entra, fica, beija à vontade
Fala, ama, chora à vontade
Pede, grita, senta à vontade
Fere e mata, mata a saudade
Antes que a vontade me mate

Beija, anda, faz meu desejo
Cala, fala, como um solfejo
Jura, sela teu juramento
Acredita que esse momento
Vai valer, eterno, no tempo

E o tempo é quem dirá por nós
E o tempo revela teus segredos
E os medos
E o tempo manchará tua pele
Aquela, que de todas difere

E lembro um poema que fiz
A poucos dez anos atrás
Dizia: “Um dia eu volto pra cá meu poema
E até nunca mais.”


Letra da minha música nova!