Faz anos
não começo um poema pelo nome
Nem atiro aquelas antigas palavras a esmo.
nem os jogos de palavras
nem o jeito Metafórico
nem nada
Nem O nada
Foi ele.
Foi ele meu medo e meu vilão
Que me fez compositor de poesias corretas, correlatas e bem pensadas
Foi ele meu algoz
Meu carrasco atroz e furioso
Mas quem é ele?
E o que é ele?
Resposta sem tema.
Que ninguém no mundo poético
respondeu ao certo
Até a letra manuscrita
ficou mais bonita
e o verso, e a rara, rima.
E a métrica metódica.
e a metida metalinguagem do experimento poético.
Ele, ele
Lhes direi:
Aos santos que ainda vivem
ou ao menos lêem vagos poemas
(quem dirá toda ciência de poesia)
Ele é o tempo.
Que te dá vida
e amores
e aparta dores
trás alegria
e fios brancos
e cicatrizes e rugas.
e aquelas antigas palavras arremessadas.
Que faz crescer teus filhos
e cair a pele
e morrer as flores
e nascer o sol
e passar o dia e entrar a noite.
Segundos, milênios
guerras, armistícios, paz, aliança
Outra guerra.
Foi o tempo, meus caros
que mudou meu tempo, meu tom
meu verso e universo
foi o tempo que apenas e tão somente passou.
e ele insistentemente, como disse disse outrora um lindo poeta.
"Não pára".
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
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O tempo muda o mundo, e o desvira enquanto gira o que havia mudado e, no fim, desvira de novo, se for preciso, até transformar o intransformável.
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